Faço um nó e desfaço-o.
Desfaço-o lentamente
Enquanto observo as voltas que dei.
Não estava bem feito, penso e faço outro.
Outro nó, enquanto me enredo na linha.
Volto a desfazer, mais devagar, desta vez.
Volto a fazer e a desfazer e a fazer e desfazer,
Cada vez mais lentamente.
Onde está a outra ponta,
Pergunto no meio do emaralhado.
Cada vez mais enredada e
Perdida no meio de nós
Que vou deixando pelo caminho.
Nós e mais fios e mais nós
Nós? Ou só nós?
Fica a tinir no ar....
Não tinha percebido, não tinha mesmo,
Que não são nós. Paro e recomeço
E, desta vez, faço um nó devagarinho,
Com toda a calma, para no fim
Ver que criei um laço.