segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Céu Aberto

Porque somos apenas Um nesta sala e porque desde à cerca de um ano o meu processo de auto-conhecimento tem sido relacional, tenho estado menos assídua neste cantinho do meu coração. Não o abandono, nem construo outro. Vou voltar de quando em quando, sempre que tenha necessidade ou que me queira partilhar por linhas e letras. Mas neste momento o meu processo de aprendizagem, desbloqueio, exposição e partilha está a ser feito de forma relacional a céu aberto. Grata por terem estado desse lado, por, apesar das minhas resistências se terem relacionado comigo, mesmo que apenas de forma virtual, pelas pessoas que conheci e por aquelas que, mais ou menos anonimamente, foram acompanhando os meus passos e alucinações.
Grata por vós*

domingo, 4 de julho de 2010

A Espiral do Coração

"E assim começo a entender a razão pela qual as relações existem - a minha relação com esta mesa, com este copo de agua e com vocês, que partilham este tempo e este espaço comigo. E eu não só me conheço a partir da minha relação convosco, mas, literalmente, defino-me a partir dela. Ou seja: eu defino-me e nesse sentido recrio quem eu sou em relação a quem vocês são. Eis um pormenor interessante, eu não posso recriar-me como alguma coisa que vocês não sejam. Ou seja: só posso ver em mim o que estou disposto a ver em vocês. E aquilo que não conseguir ver em vocês, nunca encontrarei em mim, porque não sei que existe. Assim sendo, eu não posso encontrar a divindade em mim até procurar, descobrir e reconhecer a divindade em vocês. E se eu não conseguir conhecer e reconhecer a divindade em vocês, também não o posso fazer em mim, nem tão-pouco posso conhecer qualquer coisa boa acerca de mim. Nem, nesse sentido, qualquer coisa má. Porque não pode existir aqui nada que não exista ali. E as razões para isso são inumeras; e uma das mais importantes é que só existe um de nós na sala. Não há mais ninguém aqui. Então, descobrimos que as relações ocupam um lugar unico na nossa vida: não só um lugar importante, mas um lugar insubstituível. Quero dizer, não as podemos substituir. Não há nada que substitua as relações, que nos dê o que as relações nos dão, porque as relações são a única experiência da vida que nos dá uma experiência de nós mesmo na vida. (...) Quando compreendemos o lugar sagrado que as relações ocupam na nossa experiência, veremos as relações como sendo realmente sagradas - não apenas em pensamento, não apenas em palavras, mas na realidade. E as coisas que fazemos nas relações começam a mudar dramaticamente. (...) a nossa função principal na relação passa a ser olhar profundamente para o outro, para ver no outro a visão mais grandiosa que alguma vez se podia imaginar; e até mesmo para o ajudar a criar isso, na medida em que o outro escolhe evitar cria-lo. Então uma coisa que os parceiros passam a fazer um com o outro (e um pelo outro) é, em vez de receber, procurar dar coisas um ao outro, dar ao parceiro o poder de exprimir e sentir quem ele realmente é, porque reconhecem a importância vital disso. E vemos que isso é, de facto, a raison de d'être de todas as relações, a sua própria razão de ser"
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Neale Donald Walsch in "Conselhos de Vida sobre as Relações Pessoais"