quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Fim de mais um ciclo Solar

E termina mais um ano...
Não sou grande fã de passagens de ano e das celebrações associadas. É mais um momento de retrospecção e introspecção em que aproveito para fazer um balanço do que aconteceu no ano anterior, do que alcancei em termos pessoais e... de me propor a algo :)
Apesar do ciclo solar já ter terminado só faço essa celebração neste dia. Até para tentar dar algum significado a todo o espalhafato que observo ao meu redor.
Tenho o resto da noite e todo o dia de amanhã... este ano vou dançar à meia-noite :) Para celebrar o sentir-me viva e aqui. Sim, apesar de sonhadora e com a cabeça na lua preciso de um dedo do pé na terra. E dançar é mais um meio termo, é mais um botão de volume no meio.
Que todos aproveitem este momento para se consciencializarem de quem realmente são, que se permitam Sentir e aprendam a mudar, a Aceitar, a ser expontaneos e felizes, mais conscientes e construidos. Que todos vocês aprendam a não se perder em pormenores e a abraçar a Vida por aquilo que ela é. Que todos vocês aprendam a Acreditar que é possivel!
Paz, Amor e Sabedoria nos vossos corações *
Namaste

Teste de personalidade e afins :)

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Olha o que fui descobrir!!

Um teste de personalidade que até me descreve bem... para o melhor e para o pior :)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Unidades Estruturais e o Natal - ohohoh?

No próximo Natal vou fazer voluntariado! Deixo-me de tretas e de dar demasiada atenção e importância a atitudes que parecem não afectar mais ninguém e alargo a minha família. Este ano já a alarguei quando decidi passar parte do dia 25 com uma amiga e coração. Mas não chega... e acho que vou manter isso como tradição. Quando o Miguel tiver idade para ajudar também vem. E ainda convenço mais uns quantos pelo caminho... Este vai ser o ultimo Natal em que tenho de fingir qualquer coisa e ficar calada... fica escrita a única frase que deveria ter dito em voz bem alta: - Mais importante que saber contar até 10 em Inglês é saber quem são os avós!! E depois ainda me espanto de ter tido a maior amigdalite da minha vida... Acho que uma das coisas mais importantes que aprendi nos últimos tempos foi que a ideia de família não faz sentido se não existir verdade no que a une. Já o sabia para a ideia casal. Nunca o tinha transposto para a família.... que a necessidade de a termos ou construirmos é só a nossa necessidade de pertencermos a algo. De sentirmos que fazemos parte de algo. Acontece que isto não funciona quando se partem de pressupostos errados. E o Natal como momento de celebração dessa união familiar deixou de me fazer sentido. Elimino a estrutura da unidade estrutural e alargo o conceito. Lindo! Lindo e simples... acho que acabei de assassinar mentalmente a ideia de família....

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Anjos

Tive um sonho no meio dos meus delirios febris, esta semana. Não sei precisar o dia nem a hora.
Um sonho feito de cores fortes. De azuis brilhantes e laranjas profundos, salpicados de amarelo. De cheiros, do cheiro de uma casa de madeira antiga, limpa e pintada. Do cheiro da suavidade e leveza.
Levo ao colo sem qualquer esforço o corpo magro da minha avó. Transporto-a como se fosse uma criança pequena, amparada sobre o meu braço direito. Lembro-me de pensar que é mais leve que uma pena... com o seu espantoso cabelo negro e o seu rosto bondoso. Sorri. Olho para ela e é quase transparente. Está nua, a pele muito branca a fazer contraste com o cabelo e os olhos negros.
Subo um vão de escadas apertadas que vão ter a um sótão amplo, inundado de luz que as clarabóias do tecto deixam entrar. As paredes estão pintadas de cores fortes. Aponto-lhe as cores e as entradas de luz enquanto lhe explico o que "nós" fizemos. Estou entusiasmada e feliz, apesar de pensar que não sabia quem eramos "nós".
Percebo que estou a sonhar, começo a ficar confusa... olho para ela e ela olha-me nos olhos. Como é que uma aparencia tão fragil pode ter um olhar tão feliz, em paz, tão tranquilizador?.... Acabo por acordar, cheia de gratidão pelo presente que me deram.
Obrigada, Avó!
Por continuares a acompanhar os meus passos...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Uma visão diferente - Zeitgeist: Addendum - comentem ssf

Veio-me parar às mãos o link de um documentário que dá uma perspectiva diferente da nossa sociedade actual. O documentário tem cercade 2 horas.... mas são duas horas apenas do resto das nossas vidas. Vale a pena ver e quem sabe :) vale a pena mudar qualquer coisa.... Vai de encontro a muitos dos meus desconfortos com a sociedade e com a forma como vivemos. Não que faça segredo disso, mas por vezes sinto-me desconfortavel em dizer que não tenho conta bancaria, nem tenho qualquer empréstimo a bancos. Tem-me sido complicado explicar o porque. Aliás, até hoje nunca tinha parado realmente e admitido em consciencia o porque. Só não me agradava a ideia de estar mais dependente de um sistema em que não acredito. Que dá mais que provas que não funciona.
Sei que sou uma preveligiada... mas também sei que aprendi a não ser consumista. Quando preciso de alguma coisa compro-a logo que possa, mas compro com pés e cabeça, sem me deixar influenciar por modas, novidades ou porque é giro. A estética visual é algo a que dou alguma importancia, mas dou da mesma forma que dou importancia ao som e à diferença entre musica, ritmo e ruido. É uma questão pessoal que tento que seja influenciada o minimo possivel por modas... O segredo, que não é segredo nenhum, é SIMPLIFICAR!! E mais uma vez.... não pactuar. Nos entretantos vou sempre tentar minar o maximo que posso o sistema... seja passando informação, dando uma perspectiva diferente ou simplesmente dando um exemplo. Não serve de nada lamentarmo-nos... a tentar mudar alguma coisa e na impossibilidade do mundo mudar só porque nos lamentamos, mais vale começar por mudar e contestar os nossos pequenos universos. E não ter medo de mudar!
Irresponsabilidade não é não pactuar com o sistema! É ignorar as consequencias de continuar a pactuar com ele!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O resto é conversa...

É engraçado como a tolerancia, a compreensão e um sem numero de outras aprendizagens não me permitem pactuar com pseudo-esquemas familiares.... Acabou. Com tristeza, mas acabou... e tudo por causa de aparencias...
Estão a ver as velhinhas da Av. de Roma? Aquelas senhoras de cerca de 80 anos, pintadas e impecavelmente vestidas e arranjadas que ainda vão tomar o seu café ao antigo café Roma, hoje um estranhissimo McDonalds, ou à Mexicana ?
No fim de tarde e à espera que os meus pais chegassem a casa, começou a chover. Estava numa esplana coberta mesmo ao pé do cruzamento da Av de Roma com a João XXI e uma dessas extraordinárias senhoras, preparava-se para sair do café quando reparou que chovia. Lamenta-se 2 segundos e entra disparada no café outra vez. Quando finalmente sai, trás enfiado na cabeça um saco de plastico rasgado, branco com letras vermelhas do ACSantos (um supermercado de bairro de Lisboa). O senhor do café, já também com 84 anos, uma simpatia e que põe muita gente nova num chinelo em questões de eficiencia, vem atrás dela e comenta - Mas, vai sair assim?
- Ó senhor, o que interessa é não molhar a cabeça!! E o resto é conversa!
E o resto é conversa...
Pessoa do meu coração... o que interessa é não molhar a cabeça! E só espero.... se tenho que esperar alguma coisa.... só te desejo que quando reparares que o resto é conversa... que as aparencias, o que fica bem, o que se tem e deixa de ter, a profissão, a forma como se fala ou o que as outras pessoas vão dizer ou deixar de dizer, que tudo isso é conversa.... só te desejo que já não seja tarde de mais. Que não seja outra vez tarde de mais.... eu estou aqui.... mas deixei de pactuar com peneiras, hipocrisias e mentiras. Essa responsabilidade é apenas e somente tua.
Com Amor...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Aprender a ser feliz

Houve alguém que me escreveu, um dia, que alguma culpa eu deveria ter para a vida me sorrir...
A minha resposta foi obvia e imediata - Não é a vida que me sorri. Sou eu que sorrio à vida... sem culpa.
Sou feliz. Aprendi a ser feliz, sem pressa, sem ansiedade. A aceitar as minhas escolhas e a aceitar o que a vida me oferece e retira. Muita agua correu para me sentir assim e muita tinta escorreu para o aprender. Nunca pedi para ser feliz. Se pedi alguma coisa para este ano quase a terminar foi simplesmente alegria. Alegria... e todo o universo conspirou e se alinhou para mo conceder. Não momentos de felicidade, divertidos, alegres ou contentes. Não tinha sido isso que tinha pedido. Pedi alegria... e foram colocadas à minha frente pessoas e oportunidades que poderia ter deixado passar. Mas não deixei. Aproveitei cada uma delas para aprender a ser feliz. Não digo que a vida seja facil, não o é para ninguém. Mas é simples. Tão espantosamente simples que quase não dá para acreditar.
Treinei e aprendi a encantar-me com todas as pequenas coisas que me captam a atenção. Desde uma flor num canteiro, a uma pessoa especial, a um céu extraordinário, uma musica, um ritmo, um pombo que passa, uma imagem, um sorriso, um reflexo. E aprendi a acumular a sensação. Em vez de a perder e ir procurar outra sensação, aprendi a fazer perdurar cada uma delas e a soma-las. A partir de certo ponto torna-se exponencial. Deixam de se somar para se multiplicar.
Treinei e aprendi a aceitar que as pessoas não ficam nas nossas vidas mas sim no nosso coração. Que aparecem, surgem e ficam ou não, assim como eu fico ou não nas vidas delas... sem culpas ou sofrimentos. E só acontece assim se eu me deixar viver o que tenho a viver com elas. Se deixar de ter medo de magoar ou sair magoada. De nunca deixar passar a oportunidade de dizer e fazer o que realmente sinto. E de ficar calada quando devo ficar calada. De deixar que as pessoas se sintam livres para ir ou ficar... sem chantagem emocional nem vitimas. Sem projecções.
Aprendi a sentir-me livre. Mesmo com obrigações, rotinas, trabalho, horários. Aprendi que a liberdade é um conceito absolutamente relativo e que o unico sitio onde tenho que me sentir livre é no meu coração. Que para me sentir livre no meu coração só tenho que me deixar sentir livremente. Tenho que estar centrada em mim e no que é importante para mim. Não no meu umbigo... mas no que sou para além dos titulos, profissões, bens, ocupações e outros ões. Aprendi que isso é o que estou. E que posso mudar isso como mudo de estilo de roupa ou penteado. Sem culpa, mais uma vez. Sem apegos.
Aprendi que tudo muda, tudo passa, todas as dores, todas as pessoas, todas as paisagens. Que nada, neste mundo é eterno. Que nada é realmente importante. Que a unica diferença que faço é no meu proprio mundo pessoal. Que as unicas pessoas que vão recordar o que sou são aquelas a quem abrir o coração. Todas as outras irão apenas recordar o que fiz. E que já me recordam por viver e fazer o que sinto de coração.
Aprendi que o maior sofrimento é o que causamos a nós próprios. Quando nos enganamos, nos mentimos, quando criamos uma ilusão e a vivemos como se fosse realidade. Aprendi que prefiro viver um sonho, a viver a ilusão de uma realidade. Aprendi e treinei o criar e desfazer ilusões. Até perceber que o sofrimento e o mal que nos fazem ou fazemos são fruto de uma ilusão que nós próprios criamos ou em que nos deixamos acreditar.
Aprendi que a única responsabilidade é a de viver e por em pratica aquilo que sou. Que a única responsabilidade que tenho é deitar-me e sentir que fiz o que senti que tinha que fazer, disse o que senti que tinha de dizer. Treinei e aprendi a prestar contas apenas a mim própria. Sem me deixar influenciar pelos que me rodeiam, sem me deixar levar por pressões do que fica bem ou do que os outros querem ou esperam de mim... sem culpas. Treinei e aprendi a responsabilizar-me.
Treinei e aprendi a ser tolerante. Tolerante comigo e com os outros. Que não faz mal cometer um erro, não faz mal uma distracção, um caminho menos certo... sou humana e ainda estou a aprender. Mas que isso não pode servir como justificação ou desculpa. Serve apenas para me lembrar de que posso e sou capaz de fazer melhor. Aprendi assim a ser tolerante com os outros e a aceitar que toda a gente tem os seus caminhos a percorrer, toda a gente tem os seus tempos de aprender e que toda a gente aprende coisas diferentes. Que somos todos humanos e que andamos todos a aprender. E que é por isso que aprendemos uns com os outros.
Aprendi a deitar-me e adormecer com a sensação de fiz o melhor que sei e posso neste momento. E que se não acordar, amanhã... não me arrependo de nada. Que quando me lembro de viver cada momento como se fosse o primeiro e o ultimo, consigo sempre dizer o quanto gosto de uma pessoa, perdoar e aceitar-me a mim e aos outros, pedir ajuda quando preciso, dar a mão a quem precisa, abraçar com a alma e coração, não ficar zangada com ninguém, pedir desculpa quando erro, deixar-me encantar com o desconhecido, absorver cada gota de sabedoria e sorrir de cada vez que dobro uma esquina... sem saber o que lá vem. Consigo viver entre a inocencia e a responsabilidade.
Ser feliz não exige muito... exige tudo de nós mesmos. Exige que nos permitamos ser nós mesmos sem estar à espera que sejam os outros a mostrar-nos. Exige que cada fibra do nosso ser diga SIM a nós próprios e ao que nos rodeia.
E sim... por vezes sinto que vivo numa realidade paralela. Não me ocupo com as mesmas questões, passa-me ao lado a que preço está a gasolina, quem está no governo, quem ganhou o ultimo jogo, o que deu nas noticias, quem anda a disputar o que. Passam-me ao lado jogos de poder, publicidades, vip e afins. Passa-me ao lado grande parte das coisas que ocupam a maioria das pessoas. Sou incapaz de manter uma conversa de circunstancia e de falar no tempo.
Mas aprendi a não deixar passar ao lado o que a pessoa que está ao meu lado no metro está a sentir, a expressão dos seus olhos e o quanto precisa de ser compreendida. Aprendi a voltar para trás no meio da multidão e a ir por uma moeda e dar um dedo de conversa com alguém que está a pedir na rua. Aprendi a olhar para as pessoas e não para os cargos que ocupam. Aprendi a falar a unica linguagem que é universal e comum a todas as realidades paralelas... a linguagem do coração. Aquela que se fala através dos olhos, da atenção, de um toque, da compaixão, da empatia.
E aprendi que é nesse sonho, nessa realidade, nesse país onde se fala essa lingua que Sou Feliz.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Welcome to my world

"Prova Não Superada!"
Haja sentido de humor!...
Ó muito obrigadinha! Depois de um dia a alucinar pelas ruas de Lisboa ao som do "Caracol da Graça" e a fechar o chapéu de chuva quando toda a gente o abria, ainda estão à espera que supere "provas"??
Ora deixa cá ver... na terceira aula de hoje uma aluna comentou: "Está com um humor negro!"
Resposta: "Bem vinda ao meu sentido de humor!"
Também não posso estar à espera de ouvir outra coisa... prova não superada... e ainda se riem!
Não hei-de eu passar por maluquinha. A rir sozinha no metro em hora de ponta...
Pelo menos anda a ser divertido aturar-me a mim mesma!
E já agora... um muito obrigada pela aula de taichi de hoje! Foi a minha vez de pensar: "Olha, este está a alucinar!!"
Bem Vindos ao meu Mundo...

Sobre o Caminho

Nada
nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros
te dirão a palavra
Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença
Não colecciones dejectos o teu destino és tu
Despe-te não há outro caminho
Eugénio de Andrade, in "Véspera da Água"