domingo, 30 de novembro de 2008

Encontros

Acredito que existe!
Mas na espera descobri que de quando em quando encontro alguém que é sempre unico e especial e a quem gosto de dar carinho, sem esperar receber, pois os carinhos que dou já são meus.
Com quem aprendo a caminhar lado a lado, descobrindo que o posso fazer com toda a gente.
A quem dou colo quando um consolo não chega sentindo-me também embalada nele.
A quem calo com um beijo, ensinando que o coração diz mais que qualquer palavra e que o reflexo que ve nos meus olhos é apenas o seu proprio.
Que lhe de sempre a confiança para não ter medo do seu proprio brilho.
Com quem sou sincera e plena pois de outra forma não me permito Viver.
Com quem aprendo a estar expontanea e com alegria assim como ao lado de toda a gente, vivendo como uma criança que sente e vive a intensidade e aceita naturalmente a impermanencia quase sem se lembrar que existe amanhã.
Que essa alegria é contagiante e pode ser celebrada até mesmo com lagrimas.
Que com tempo e Amor em acção conseguimos, se tentarmos, mostrar que a desilusão e a tristeza podem também ser purgadas com lagrimas e que quando finalmente secam fica o espaço para o Coração
De quem sou sempre amiga, mesmo quando o fogo da paixão esmoreçe e se apaga. E que nessas cinzas consigo descobrir brasas que partilho mostrando nesses momentos dificeis que tudo tem solução, que vale a pena sonhar e partilhar.
E que assim possamos estar ambos mais preparados para Amar em Verdade quem nos nossos caminhos se cruzar.
 
A dor está la... pela saudade de uma lembraça de unidade que não é daqui :)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Catch!

Mais um dia alucinante a começar às seis da manhã e prestes a terminar... feitas as contas nem sei como é que me ando a aguentar a dormir tão pouco.
Começo o dia com a minha inquilina a reclamar (outra vez) da barulheira do meu despertador (e com o qual não acordo - bendita Lumi por vires reclamar e acabares por me acordar à hora certa). Continuo com a rotina diária normal, apanho o autocarro, o metro, colégio e upss que se faz tarde para o trabalho. Seis horas e meia de formação, entre mudar de escolas, metro e os cerca de 5km que ando porque quero, fazem das quartas feiras o dia mais movimentado da semana. A tudo isto ainda junto uma aula de Taichi a meio do dia. É o meu momento para respirar fundo. Dispenso o almoço e lá vou eu retemperar forças a meio da semana.
Recomecei à cerca de 1 mes a fazer e tenho entrado muda e saido calada. O professor é excelente, a aula tem mais de meia hora de chikung e existe uma sintonia engraçada entre o que se faz na aula e o que necessito neste momento. Sem uma palavra, nunca tinha dito o meu nome, nem falado nada de especial com ninguém... até hoje... :) Catch!!
Alguém teve uma surpresa... eheheh
Lá se foi o anonimato. É o que dá fazer os trabalhos de casa...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Caixa de Pandora

Abri uma caixa de Pandora na minha vida... e dela saltam a toda a velocidade uma quantidade de acontecimentos que não consigo classificar como bons ou maus. Pregam-me rasteiras e nem sequer vacilo... limito-me a olhar e a ver o que está a acontecer com a certeza que tem uma importancia relativa e que não me afecta. Que está tudo bem. E quase inacreditavelmente agradeço.
Logo de seguida permitem-me um momento de mimo... seja um abraço inesperado, uma palavra de reconhecimento, um presente. E volto a olhar e a não vacilar. Está tudo bem. E volto a agradecer.
Só me lembro de ter estado assim há alguns anos. Com esta certeza absoluta que tudo vai correr bem e que, apesar de não estar a ver o quadro todo, saber que o que vem, vem por bem.
É quase um deja vú. E não é. É quase estar anestesiada. Mas não é.
É sentir-me viva, atenta, cá. É saber que, apesar de ter de tomar acções em relação a alguns dos acontecimentos, estes só me surgem porque estou no sitio certo à hora certa. E que vou para onde tenho de ir. Momento a momento. Presente a presente.
E pelo meio ouço, vejo e sou presenteada com novos despertares, pessoas, musicas, cores e lugares. Os males e fantasmas passam por mim, mas apenas seguro a esperança.
É ter a prova de que as verdadeiras mudanças começam dentro de mim. Para, devagar e calmamente, se espalharem pelos outros sem qualquer esforço da minha parte. Só porque me limito a estar um pouco mais daquilo que sou. Só por estar e aceitar...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Dançar Sozinha

No sabado passado estive com o meu filho num festival de musica tradicional, em Corroios. Entre concertos e workshops, a dança não faltou... De repasseados alucinantes e circulos contagiantes a pauliteiros de miranda, houve de tudo um pouco.
Estive num workshop de uma dança tradicional sueca, com raizes lapónias, em que a dança é a pares. O homem vai ligeiramente atrás e de lado da mulher e ambos têm as mãos pousadas nas mãos do outro, uma mão virada para cima e outra para baixo. A dança é belissima com o homem a conduzir a mulher de um lado para o outro, podendo rodar, passar a mulher à sua frente, rodarem sobre si proprios... As mão nunca se separam... É de uma beleza e sensualidade extraordinária. Para terem noção do espectaculo, foi dançada ao som de Hedningarna. O povo da Lapónia tem origem genética na Peninsula Ibérica e norte de Africa. E a dança e a musica, apesar da distancia, não escondem as suas origens... absolutamente pagãs.
Estavamos a dançar, com os pares a formarem um círculo, o Miguel a correr dentro e fora dele e um homem a fotografar a aula. Às páginas tantas o Miguel faz asneira e eu deixo o par e o círculo para ir remediar a situação. Quando volto já o meu par tinha sido ocupado :)
Não tenho par e é uma aula... mas conheço bem a dança e a musica, apetece-me mesmo dançar e o instrutor já me conhece o suficiente para me permitir estes pequenos devaneios... entro no círculo de pares sozinha com as mãos colocadas sobre as mãos de um par imaginário, fecho os olhos e começo a dançar e a rodopiar ao som da musica... leve, solta, a sorrir... um daqueles momentos únicos...
Finalmente paro, saio da dança e fico de fora a ve-los dançar. É um deleite ver os homens a redescobrirem o prazer de guiar a parceira de dança e as mulheres a deixarem-se conduzir.
O homem que estava a fotografar vem ter comigo num misto de ansiedade, expectativa e alegria e pergunta-me - É casada?
Começo-me a rir por dentro, sorrio e digo não, enquanto me pergunto: mas o que é que se passa aqui?
- Então é solteira? pergunta com os olhos a brilhar.
- Sou.
- Desculpe, mas esta semana resolvi fazer um trabalho sobre mães solteiras e quando a vi a dançar sozinha percebi! - disse ele - Percebi que é continuar a dançar sozinha!
Olhei para ele, parei de pensar e relembrei o que senti enquanto dançava e sentia o Miguel a brincar por perto... o meu coração cresceu e aqueceu... era mesmo isso.
É mesmo isso, respondi a sorrir, é mesmo continuar a dançar sozinha...
O que não disse, o que não sei se viu foi a tristeza quente por detrás do sorriso, a solitude e às vezes a solidão, o cansaço, a coragem que é preciso e a força que nem sei de onde vem para continuar a dançar... em vez de andar...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dharma

Hoje, deito-me com saudades do tempo
Em que a consciencia não me pedia para agir.
Quando existia apenas revolta
E a sensação de nada poder fazer ao meu redor.
Hoje sei que posso fazer mais que isso.
Que tenho de fazer mais que isso.
E, apesar da saudade, deito-me
Com um sorriso tenue nos lábios
E brilho no olhar. Deito-me saudosa,
Faço uma prece: que mergulhe
Nessas profundezas do sono
Que me trazem novas memórias,
Antigos saberes e regresse,
Pela manhã, com o coração
Cheio de coragem para Ser.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A Mentira Está em Ti

"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"
"Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram."
"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema X" Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cura de Seres quem És

Ninguém a outro ama, senão que ama
O que de si há nele, ou é suposto.
Nada te pese que não te amem. Sentem-te
Quem és, e és estrangeiro.
Cura de ser quem és, amam-te ou nunca.
Firme contigo, sofrerás avaro
De penas.
Ricardo Reis,
in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tarot

Esta foi a resposta a um email de uma irmã de coração em relação ao Tarot.
Quando o acabei de escrever percebi que ia ter de colocar nalgum sitio visivel. Pelo conteudo e por mim...
Para quem o consiga ler até ao fim dou, desde já, os parabéns pela paciencia! ;)
"Não sei se te apercebeste que eu raramente deito cartas. Houve um momento da minha vida que o fazia mais, neste momento só o faço em caso de necessidade e nunca para mim.
As consultas que dou são uma chatice... quando as faço a amigos as coisas correm menos mal e mesmo assim nem imaginas a quantidade de vezes que recuso e que lhes pergunto se eles já não sabem a resposta, logo para que que querem que lhes dei-te cartas. As outras pessoas que me trazem, veem na condição de estarem mais que avisadas que não faço previsões, que não respondo a qualquer tipo de pergunta que não tenha um contexto terapeutico e que nem vale a pena virem, se vierem só por curiosidade. Ou precisam mesmo de ajuda ou então nem vale a pena. E isto vale para toda a gente. A pessoa tem de estar disponivel para ouvir e tem de ter uma semente a germinar de vontade de mudar. Se não, nem veem.
Explico sempre, mas sempre que as minhas consultas não são faceis. E que o que acedo e o que digo só serve para a pessoa deixar de focar o exterior e começar a focar e a perceber qual a sua responsabilidade na situação exterior. Digo sempre que até lhes posso dar respostas, mas estas só servem para se conhecerem melhor e para tomarem consciencia das implicações dos seus próprios actos. E que no fundo cada pessoa já sabe o que lhe vou dizer, pode é ainda não ter tomado consciencia disso ou então estar a precisar de ouvir de fora. Ou seja... que a resolução e resposta às suas perguntas dependem do trabalho que as pessoas fazem e não de mim.
Depois, antes de cada consulta, faço questão de desmistificar o que é isso do tarot, para mim. E como não tenho a certeza se já o fiz contigo vou faze-lo por escrito: O tarot é um instrumento da minha intuição. Como é o pendulo e a meditação. Utilizo-os de forma diferente, mas são apenas ferramentas. São instrumentos, da intuição. E nada mais. E intuição toda a gente a tem. Toda a gente é capaz de utilizar um baralho ou um pendulo. Pode é não estar para isso ou não sentir esse apelo.
Explico sempre o que é a intuição, para mim. Que é um caminho que temos de manter limpo e cuidado, e que nos permite aceder a uma biblioteca extraordinária, a essa parte de nós que sabe que somos todos um e que estamos todos ligados e interligados energética e espiritualmente uns aos outros. Que quando acedo aos registos delas, no fundo estou a aceder aos meus tb. E que qq pessoa, se limpar o seu caminho interior, tb lá consegue chegar facilmente. Essa biblioteca é relativamente complexa e não se pode ter acesso a todos os livros e prateleiras. Se trabalharmos e nos esforçarmos como pessoas para elevar e melhorar a nossa energia conseguimos aceder a prateleiras e estantes progressivamente mais altas, mas que também requerem uma maior responsabilidade e cuidado de manuseamento.
Acontece que nem sempre percebemos o que está escrito nos livros, ou então estão tão confusos que é dificil perceber o fio à meada. O que o tarot faz é servir de tradutor. Cada uma das cartas funciona como uma letra do alfabeto. E, como na escrita, se pusermos as as letras em determinadas ordem elas escrevem coisas diferentes, palavras diferentes. E até mesmo as palavras mudam de significado em frases e contextos diferentes. O tarot é apenas o tradutor que aprendi a usar. Para isso tive (e ainda tenho) de estudar o significado de cada carta, dos simbolos dentro da carta e de me habituar a reconhecer a sua frequencia energética.
O reconhecimento da frequencia energética é quase sempre feito de forma inconsciente.
Pessoalmente, necessito de um ambiente seguro, onde me sinta protegida e sem barreiras, para fazer lançamentos. E preciso de algum tipo de ritual inicial para me ajudar a entrar num estado alterado de consciencia onde me transpessoalise (nem sei se é assim que se escreve). Ou seja, em que consiga chegar mais perto desse sitio, desse momento em que eu e a pessoa que tenho à minha frente sejamos a mesma, mas com uma perspectiva diferente de mim ou da dela. Onde esteja fora de mim e dela a observar o que se passa. A aceder ao paragrafo do livro da sua vida, relativamente à sua questão actual. Enquanto me permito que isso aconteça as minhas mãos estão a reconhecer o baralho, a sua frequencia energética e a colocar as cartas pela ordem em que a minha parte "de cá" as consiga interpretar.
Faz parte do meu ritual agradecer aos meus guias espirituais a sua presença e ajuda para me ajudarem a manter-me neutra e focada, de forma a que o lançamento contribua para o crecimento espiritual da pessoa em questão e para o meu. E agradeço a presença dos guias da pessoa, de forma a que ela esteja receptiva e a ajudem no seu crescimento espiritual.
E por fim, antes, durante e depois dou sugestões de ferramentas que a pessoa pode utilizar para lidar com este ou aquele bloqueio, dependendo do bloqueio e da pessoa. Vai de yoga a Tai Chi, de livros de exercicios de auto-estima a livros sobre espiritualidade, de meditação a idas à praia e banhos de mar, de exercicios respiratórios a abraçar arvores.... todas as minhas e todas as que me passam, mesmo que não as utilize. Sim, e do que os meus guias sugerem. E eles são os primeiros a dizerem-me para ensinar as pessoas a pescar.Já fui pescar pelas pessoas e não gostei nada da sensação de dependencia nem da imagem com que as pessoas ficavam de mim. E tinha muito mais consultas na altura. Neste momento ensino a pescar... e tenho muito menos consultas e felizmente a maior parte das pessoas percebe que as minhas respostas são simples, mas não são faceis. E como quem não gosta não come, quem vinha à espera de palhaçada não volta. Quem vem em busca de si mesmo normalmente não volta pelo tarot, mas vai mais cheia. E quando volta foi porque perdeu a perspectiva durante algum tempo e precisa de ajuda para se voltar a focar. São poucos... mas enchem-me a alma :)
Eu gosto de brincar com a estórias das bruxinhas :) mas sei muito bem qual é o meu caminho, querida irmã. Às vezes distraio-me... ou então tento ver na escuridão de outro, só pela curiosidade. Mas enquanto estico o nariz para cheirar o que por lá anda estou atenta. E quando não estou levo nas orelhas (e é nestes momentos em que tenho de agradecer ter guias exigentes mas pacientes e agradecer a mim mesma por lhes ir dando ouvidos, mesmo que nem sempre perceba o que me digam).
Não sei se te tranquilizei. Para mim foi muito importante ter conseguido por palavras escritas qual a minha intenção ao lançar cartas de tarot. E de ter simplificado todo o processo. Espero que te tenha desmistificado o "Tarot" :) Já me disseram muita vez que eu não devia explicar o significado das cartas, que não devia desmistificar, blablabla.
Eu não sou hermética, não tenho segredos. Se me perguntam respondo. Quando não posso responder digo que não posso. Quando não sei, digo que não sei...
O tarot, o reiki, o pendulo, o yoga, o taichi, a meditação, os incensos e as velas e todas as outras ferramentas que existem para nos ajudar no crescimento pessoal e espiritual têm de ser desmistificadas. Em todas elas o que conta é, como tu disseste, a intenção com que se utilizam. Os segredos à volta destas e de outras ferramentas só têm conseguido dar "mau nome" à necessidade dos seres humanos de evoluirem espiritualmente...
Beijos muitos
Cristina"

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eu sou Tu e Tu és Eu

Eu sou Tu... Tu és Eu
Este mantra foi-me dado à tanto tempo que já nem me lembrava dele.
Relembra-me como não estamos separados e que essa separação é uma ilusão. Que estamos e somos interligados, como uma matriz de energia, em que cada acção tem uma consequencia e que se dilata, como uma onda estranha em todas as direcções. Lenta, poderosa, profunda, dando-nos a hipotese de escolha entre a ilusão de escolha e o que já não é possível escolher. Porque já é. Onde a única alteração é apenas energética, colocando-nos numa oitava diferente. Como se fosse possivel descrever o que visualizo...
Eu sou Tu e Tu és Eu
Este mantra é tão poderoso quando integrado que até balanço. Serve-me para sintonizar a compaixão, para o perdão, para não me perder em reacções inconsequentes e duvidas persistentes. Para a aceitação, para a perda da ilusão. Para me lembrar quem sou. Serve-me.
E é rodeada de densas trevas que surge o mais brilhante dos pontos luminosos.
Eu sou Tu e Tu és Eu
E assim começa...

sábado, 1 de novembro de 2008

O Calor do Inverno

O Inverno chegou...
E com ele o cheiro do frio, os casacos quentes, as luvas de lã e os cachecóis.
A vontade de estar em casa e as idas ao cinema.
O fogão a lenha da minha mãe e o pão caseiro.
O cheiro das lareiras e as mantas no sofá.
O chá quente e o prazer de entrar em sitios quentes.
A geada de manhã e o gelo nos vidros do carro.
O bater da chuva nas janelas.
As panquecas e castanhas quentinhas.
As luzes de Natal e os passeios na baixa.
Os encontros nos salões de chá.
O calor das lareiras e o cheiro da lenha.
Os croissants com chocolate quente no Chiado.
Os serões em casa de amigos com o gosto do brandymel.
As conversas infindáveis e os baldes de café.
O saco de agua quente e os pigamas de flanela.
Os serões em minha casa a lançar cartas.
Os duches a escaldar só pelo prazer de aquecer.
O cheiro das castanhas assadas pelas ruas de Lisboa.
A vontade e disponibilidade para ler.
O peso dos cobertores na cama.
Os momentos de introspecção e de escrita.
Meditar encostada ao aquecedor e enrolada numa manta.
Os passeios a praias desertas.
Velas pela casa e o cheiro do incenso.
O leite quente antes de me deitar.
Acordar com o meu filho na cama porque tinha frio.
Ouvir as trovoadas.
Soprar o ar só para ver a condensação da respiração.
Escrever nas janelas embaciadas.
As idas ao Guincho para ver o mar.
As viagens à terra e o cheiro do queijo e dos enchidos.
Os jantares em familia.
O cheiro a torradas e o sabor da manteiga derretida.
O cheiro do frio e da chuva
As luzes nas casas e a vida dentro delas.
O nevoeiro e as paisagens fantasmagóricas.
As arvores despidas e as folhas no chão.
O céu escuro e as manhãs frias de sol.
O cheiro do frio e tudo o que trás com ele.
O Inverno chegou mesmo...