quarta-feira, 3 de março de 2010

Coração na boca

Bate forte, compassado
Devagar, baixo para ninguém ouvir.
Bate, contraí-se ao som da chuva
E repousa entre as gotas que passam.
.
Esquiva-se para não se molhar,
Dilata-se ao sentir o vento,
Aquece ao sabor dos braços
E gela nas tempestades.
.
Bate forte e compassado,
Calmo ao sabor do mar,
Luminoso ao som daquela voz
Grandioso num abraço.
.
Salta do meio para a boca
E fala e escreve e canta.
Quando desce para os pés,
Podiam correr e fugir.
.
Bate compassado,
Umas vezes rápido
Outras desacelarado.
Mas bate e marca o ritmo.
.
Comanda a velocidade dos dedos
E da voz, dos passos e da dança.
Não ordena, nem sabe o que isso é.
.
Com a morada na boca e nos pés,
Tem como estrela guia, os sonhos
E leva como candeia, os olhos.
.

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