domingo, 19 de setembro de 2010

Caminhos Desconhecidos

Perdida pelo monte de onde se vê a lua, existe uma gruta de labirintos, por onde espreitam luminosidades e dragões.
No labirinto fazem-se paragens e descansos, momentos de observação da escuridão das aguas paradas e dos medos, seus companheiros.
Uma pedra convida-nos: "Sente-se, por favor e veja". As árvores e o verde, o céu e o azul ficam distorcidos e ao contrario quando reflectidos. É preciso levantar mais os olhos para ver através dos olhos da gruta e perceber a ilusão.
Perdida pela gruta fica um túnel, não um qualquer à escolha, mas o mais escuro e sinistro. Entra na profundidade da terra e da agua, o ventre escuro sem fim à vista.
Ali habitam os dragões, os de verdade, não os das lendas. Ali vivem os dragões que nos consomem por dentro, nos dilaceram a alma e nos deixam reduzidos a um nada de nós. Enleiam-se dentro de nós e esperam enquanto nos dizem baixinho: " Estou com medo".
Numa curva desse caminho acontece um momento de decisão. Em frente o desconhecido, para trás os reflexos e nada mais. Respira-se fundo e os passos decidem por nós quando se diz: "Para trás? Mas eu já conheço esse caminho!"
Mais uma curva, apenas uma e um raio de luz alimenta a esperança: "É por aqui!"
A escuridão durou só mais um segundo, o tempo de uma esquina dobrada, de uma decisão tomada e a recompensa vem logo a seguir quando a passagem alarga e se abre numa clareira de espaço, de vida, de luz.

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