Cumplicidades

A caminho de casa, em plena Av. da Republica:

O meu filhote e eu, de mãos dadas, vamos brincando um jogo que deve deixar irritados todos os transeuntes que vêm atrás de nós :)

Mãe, vermelho! - e paramos os dois.

Verde! - recomeçamos a andar,

Vermelho! - e voltamos a parar...

A brincadeira vai-se repetindo, com pessoas a desviarem-se no ultimo segundo de esbarrarem contra nós, até que o rapaz resolve a cada verde largar-me a mão e desatar a correr de braços abertos até encontrar um par de pernas mais ou menos no caminho. Abraça-as e volta a correr para a minha mão. A cara das pessoas ("tias" de Lisboa, homenzinhos engravatados e estudantes) vai variando entre o susto seguido de risadas nervosas, o riso absoluto ou o escândalo acompanhado de olhares recriminatórios para a progenitora.

Quase a chegar ao metro vê uma senhora numa cabine telefónica a falar ao telefone... Resultado? Com o maior dos descaramentos pára ao pé dela e pergunta-lhe com aquele ar de descarado/provocador/contestatário que só ele consegue fazer - Estás a falar com quem???

Eu vou-me desmanchando a rir a cada tirada dele... ao que se vira para mim com o mesmo ar e me pergunta - Mãe!! Estás a brincar???

- Sim, amor, estou!

- Está bem! Então vamos beber um sumo! - levantamos os punhos fechados, brindamos um com o outro e fingimos que bebemos um sumo de morango e chocolate imaginário. eheheh

Lembro-me de mais velha do que ele ir com a minha mãe por Lisboa a ter conversas sérias e filosóficas sobre os elefantes cor de rosa e às bolinhas que estavam presos por cordéis às paragens de autocarro...

Quem sai aos seus não degenera, mesmo!!