quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Partilha

Depois de um acidente com a minha tenda nestas férias e na necessidade de encontrar o talão de compra, andei a vasculhar o meu armário das tralhas! Tralhas significa apenas aquelas coisas relativamente recentes que ainda não consegui largar fisicamente. Nesse armário encontrei sobretudo papéis soltos, alguns livros, apontamentos e os meus cadernos de escrita.
.
Houve um momento da minha vida onde tive a necessidade e a disponibilidade para procurar formas de expressão. E a mais óbvia e fácil para mim foi a escrita. Escrevi e escrevi e escrevi e continuo a escrever. Bastante menos do que o que gostaria mas já sem a urgência e necessidade que tive na altura.
.
Esqueci a busca pelo talão desaparecido e passei grande parte da tarde a reler poesia livre, prosa e muita diarreia mental que escrevi há alguns anos. Foi muito importante na altura. E agora? Agora, fico espantada com algumas coisas que li... de tal forma que me faz sentido começar a partilhar algumas delas... .
Para quem fizer sentido, para quem ressoar, para quem apreciar, para quem contestar... para quem quiser!
.
"Palavras"
Este prazer em escrever,
Em derramar palavras
No silencio da mente.
Brotam do nada, sem pensar.
Vêem rápidas, leves, do vazio
Do silencio, qual trovões,
Relâmpagos brilhantes, quase
Sem sentido, sem razão.
Este prazer infinito em que
De mente vazia, brilhar nos olhos
Letras que me espelham sentires,
Amores, sabedoria.
Sem rimas, sem versos,
Sem estrofes nem regras.
Não me mentem estas
Palavras quentes e frias,
Não me enganam, não me traem.
E assim vou mostrando
A mim, aos outros, a ti
Qualquer coisa, assim
De repente, qualquer coisa.
.
23 de Dezembro de 2003

Sem comentários: