sexta-feira, 3 de julho de 2009

I won´t lie no more

Algures no meio da loucura desta cidade, pintada em traços largos, pinceladas de vazio e cor, algures aqui no meio existem lugares de passagem para outros reinos.
Estou num deles. Num local de passagem, num portal, numa entrada que se faz quando paramos e contemplamos, nestes locais.
Inspiram poetas e artistas, inspiram o amor e a arte, não fosse já o amor uma forma de arte.
A miscelanea de gentes envolve-me, rodeia-me, engole-me. A musica paira no ar, assim como os ritmos proprios destes locais. Quando os carros passam mais longe o burburinho embala-me...
Deixamos a mente voar. Identificamos pessoas, formas de estar.
Existe um circulo à minha volta, não foi de proposito, mas todas as cadeiras à volta da minha mesa ficaram vazias.
Trazemos o que somos para estes lugares, que até ou principalmente na cidade, existem. Desenga-se quem assim não o achar. As polaridades não são pervertidas, mas sim potenciadas.
Tudo é levado aos extremos. Tudo é testado.
Onde é que está a simplicidade?
As pessoas continuam a passar. Sozinhas, isoladas de mãos dadas.
Sinto uma pontada. Tenho saudades...
O mais obvio é o mais fácil de encontrar. Não quero mais, não quero.
Lie with me to lie down with me.
É o mais obvio e o mais fácil.
É a vantagem de caminhar até estes locais. Se percorrer o caminho até cá, se cumprir o ritual, chego focada e intuitiva.
Não estou nem mais nem menos selectiva. Estou apenas com processos de selecção mais longos.
I won´t lie no more.
O espaço à minha volta foi preenchido, as vozes aumentaram o volume, tudo ficou mais proximo e alto.
Regresso em paz.
Olhou à volta e vejo que regressei lado a lado com Pessoa.
Cumpriu-se um ritual.

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