terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Reflexões

É mesmo amor, isso que sentes
Ou simples necessidade
De te olhares reflectido
Num espelho partido?

Pois que estranho
Essa estranheza sem fim
De me sentir partida
E, ainda assim,
Te amar e querer dar
Com cada pedaço de mim.

Se te sentes não aceite
Quando espreitas
Este espelho, considera
Que, se mais não te dou
Talvez seja porque,
Estranhamente, rejeitas
O que te ofereço e o que sou.

Considera também, amor,
Que quando te desvias,
Algo se rasga
E a imagem que espreitas
Regressa aos teus olhos
E aos teus sentidos
Com o inconfundível gosto
A sangue derramado,
Típico de corações partidos.

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