segunda-feira, 16 de março de 2009

Que as há, há...

Por portas e travessas fui a um curso, no fim de semana passado, onde fiz uma aula de yoga. Já tinha feito uma ou duas há alguns anos com pessoas amigas, mas não me lembro de terem tido resultados tão imediatos, sentidos e obvios como esta. No fim do curso tive uma curta conversa com o "swami" (orientador, professor, yogi, monge... os titulos são lindos e mais que às mães, o que me faz ter algumas reticencias em utiliza-los). Ao longo do curso percebi que era um bom local de aprendizagem, que a practica de yoga feita daquela forma me fazia sentido e que o senhor em questão seria um bom professor, e essa conversa aconteceu para decidir se iria mesmo comprometer-me com a practica. Funciono muito por impulsos e já percebi que muitas vezes são apenas isso, impulsos, pulsões. Para começar tinha de me comprometer.
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Fui para casa e o primeiro resultado fez-se imediatamente sentir... uma semana sem net. Pois... uma semana sem net não é o fim do mundo, nem parece ser resultado de nada... os serviços da, passse a má publicidade, NetCabo são o que são e não seria nada de espantar. Não fossem as três reclamações na loja e o sistema informático deles ter falhado duas vezes. Algum vizinho engenhocas resolveu fazer uma ligação ilegal e deu cabo da minha. Até aqui, nada de especial, certo?
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Na segunda feira acordo cheia de energia e hipermotivada, vou dar aulas, o dia corre às mil maravilhas. Vou fazer a primeira reclamação à loja da tvcabo e lembro-me das intermináveis filas que costuma ter. Respiro fundo e decido (sim, leram bem, decido!) que não vou esperar é coisa nenhuma. Quando vou tirar a senha, reparo que já lá estão mais duas. Tiro as três e fico com senhas de três numeros seguidos. Olho para o placar e está no primeiro numero que tenho na mão.... ainda fico um pouco aparvalhada a pensar: "Olha, mas que raio?" Ping! Passa para o segundo numero que tenho na mão e lá vou eu, sem esperar sequer 30 segundos. Sou atendida e vou de carro a horas impossiveis dar aulas no centro de Lisboa. No caminho resolvo voltar a tentar focar-me e visualizar um lugar mesmo à porta da escola... o que normalmente é missão impossivel. Chego à porta e não há lugar nenhum à porta. Ainda fiquei em segunda fila dez segundos a pensar que afinal não tinha funcionado... preparo-me para ir para o parque, quando o porteiro da escola sai disparado e me vem avisar que o carro em frente à escola ia sair.... ok.... isto funciona mesmo. A frequencia de pensamento é esta e fica registada. Fixe! Afinal o treino de focagem mental da aula de yoga dá resultado e não é pouco.
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Nessa noite fui à primeira aula oficial, senti a energia a disparar e passei o resto da semana a mante-la e a fazer exercicios de tomada de consciencia e focagem e a espantar-me com os resultados dos exercicios. Só para chegar ao fim de semana e me esquecer completamente do assunto.
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Esqueci-me, desliguei o botão de tudo e deixei-me levar, como costumo fazer nos fins de semana em que não sou mãe a tempo inteiro. Os dias correram bem, fluiram sem precalços... até acordar hoje de manhã e perceber que tinha forçado uma pessoa especial a uma situação que não era necessária... a situação em si não tem nada de especial, mas percebi que só aconteceu porque me foquei para isso, mesmo enquanto levava na cabeça e os meus "amigos invisiveis" (aka a melhor razão para um destes dias me internarem) me iam dando dicas cada vez mais mal humoradas para parar com o disparate... ao que dei, literalmente, ouvidos moucos.
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Acordo de manhã, a perceber o que se tinha passado, fui apanhar sol, espairecer e finalmente pedir desculpas à pessoa em questão. Fiquei bastante aborrecida comigo mesma e percebo claramente a velha estória do mais poder implica mesmo uma maior responsabilidade. A focar-me que seja em coisas que beneficiem toda a gente e não apenas no porque me apetece...
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O resto do dia passou-se delicioso, com direito a sesta debaixo de pinheiros e respirar a inebriante e familiar mistura de serra e mar. Regresso a Lisboa a horas impossiveis e quando estou na fila da Vasco da Gama, calma, descontraida, a cantar no carro e bem disposta, reparo que a minha fila está a confluir com a fila do lado para apenas uma portagem. Toda a gente está a permitir que passe um carro de cada vez. Quando chega a minha vez a rapariga do carro que supostamente passava depois de mim, empina o nariz, olha em frente e enfia-se à minha frente. Como não há razões, nem vencidos e vencedores no transito, começo a rir-me e deixo-a passar sem me encostar. Mas a verdade é que fiquei lixada. Fiquei mesmo! E ainda tentei disfarçar de mim propria. Uma situação em que, normalmente, apenas me perguntaria mentalmente se era importante e chegaria em fracções de segundo à conclusão que não era. E em que, quanto muito, lhe perguntaria mentalmente "Para que?"...
O meu umbigo prega-me uma partida e eu, feita parva e desatenta fiquei chateada e não faço o ritual habitual de me assegurar que as atitudes dos outros ficam para si proprios. Não... Em vez disso, toco-lhe mentalmente no ombro, puxo-lhe um cabelo (olhem bem o requinte de mau feitio) e digo-lhe: "Miuda, e que tal aprenderes que não perdes a vez, só porque permites que os outros passem antes de ti!"
Imediatamente a seguir a pensar isto, o carro dela começa a deitar fumo pelo capot. O meu queixo cai-me no chão e digo: "Não! Não, fui que fiz isto? Não fui eu que fiz isto... Fui??"
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Coincidencias é coisa que há muito tempo sei que não existe. Mas isto é um exagero! Sei que tenho sempre que ter cuidado com o que penso, mas isto é um exagero! Não? Escusado será dizer que comecei imediatamente a desejar e a pensar que ia correr tudo bem e que ia passar o mau feitio ao carro, mal ele e os animos arrefecessem. A desejar tudo de bom à rapariga e a imagina-la a por o carro a funcionar e ir alegremente e sem precalços para onde tinha de ir. Fiquei em tal estado de choque que só depois de passar o carro (já encostado) dela é que me lembrei que nem tinha parado para a ajudar. Até poderia ter sido pior o soneto que a emenda.
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E é assim... pois... então, assim sendo, cá vai:
Paz, Amor e Sabedoria nos vossos Corações!
Que assim seja!

7 comentários:

Carla Guiomar disse...

loloool... por aqui já estou a sentir! Obrigada e igualmente, bruxinha linda! ;) E não somos assim tão poucas... Bruxas, fadas, deusas... nomes diferentes para chamar o mesmo: mulheres poderosas cheias de consciência e amor.
Espreita esta:
http://lumaeloraaislinabruxa.blogspot.com/2009/01/falando-de-bruxas-ii.html

Muito amor e luz!

Inês disse...

Mas, ó rapariga é claro, que a culpa não é tua. Tu foste simplesmente a gota de água que fez a transbordar do copo :D

Tudo é certo da forma como é!

A nós cabe termos a consciência que os pensamentos têm poder e devemos tê-los o mais puro possíveis.

E é claro que também tiveste a tua lição. Que grande susto não deves ter apanhado.

Agora vê lá se não te cortas, queimas ou qualquer coisa assim ;)

Beijos e pensamentos puros para ti

Namaste

Inês

P.S. Bem vinda ao grupo das pessoas que fazem Yoga (não desprezando os outros grupos)

Arthur disse...

passei por aqui

li este post e gostei

Cris disse...

Bem vindo, memo que de passagem, ao meu canto partilhado no mundo virtual, Arthur :)

Arthur disse...

thanks Cris

opa!

eu coloquei um coment, sobre como o meu caminho de evolução pessoal se cruzou com o teu blog, e pelo vistos, ficou pelo caminho.... seja lá como for

não deixa de ser estranho, não deixa mesmo

Cris disse...

Não parece nada estranho :)
Isso já me aconteceu com emails, mensagens de telemóvel, etc... normalmente é sinal que ou estou a dizer algo que não é suposto ou não é momento para o dizer.... Seja lá como for e pela razão que for :)

Paz Amor e Sabedoria no teu coração

Arthur disse...

Cris

se tiveres pachorra

vai ao meu perfil e envia-me mail, agora mesmo

se não for agora mesmo

deixa para outra qualquer altura, caso isso venha a acontecer