segunda-feira, 30 de março de 2009

Universalidade do Caos

"Nada é universal, neste plano"
Ao que contesta: "O amor é universal"
- Não neste plano"
- Toda a gente precisa de Amor!
- Não sei. Talvez de atenção.... mas nem isso é universal. Existe variedade e diferença mais que suficiente para permitir todas as variações... continuo a achar que nada é universal, neste plano, aqui...
- Não existe o nada.
- ... (evito a resposta e pergunto) E o que é o Amor para dizeres que é universal?
- ... (evita a resposta e pergunta) Então e a matemática, vais dizer que não é universal?
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Uns dias depois:
- Ok, o caos é universal.
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Estava um destes dias a ouvir dois rapazes com cerca de 20 anos a discutir num café dos suburbios de Lisboa, entre sussuros e meias palavras, o "Justine" do Marques de Sade, entre "Ya"s e outras expressões engraçadas e completamente fora de contexto da conversa. Estava completamente deliciada com o quadro. Finalmente levantam-se e vão às suas vidas, com as calças abaixo das nadegas e os boxers com a etiqueta de marca à vista.
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A matemática até pode ser uma boa linguagem, mas gosto mais desta. A que não é definida por uns e zeros, que deixa espaço para que tudo aconteça, para todas as surpresas e diferenças. A que nos deixa e nos permite todas as variações e temas, todas as cores e nuances. A que deixa espaço para o infinito. Como uma enorme tela vazia, onde criamos, apagamos, voltamos a criar, riscamos, voltamos a apagar até ao infinito. Onde tudo é possivel e nada é repetido.
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Alguém me dizia, à algum tempo, que não funcionamos em ciclos, mas em espiral. Parece o mesmo ciclo, mas vamos subindo oitavas... ou descendo. E esta semana fiz uma curva ascendente na espiral, senti claramente a aceleração e aproveitei a embalagem. Quando se abranda a subida parece que paramos e às vezes chegamos a descer um bocadinho para preparar a subida seguinte.
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Às vezes, quando subimos pouco na espiral, quando a curva seguinte nos leva a um ponto semelhante, parece que nos estão a dar uma segunda oportunidade. É uma das expressões a que acho mais piada: "Segunda oportunidade". Não existem segundas oportunidades. Existem oportunidades diferentes. As condições iniciais são sempre diferentes, somos pessoas diferentes a cada segundo que passa, existem sempre variáveis diferentes.
Existem momentos semelhantes, os tais regulares, em que fenomenos semelhantes ocorrem e se repetem até o padrão voltar a mudar, mas são momentos de pausa, um respirar fundo antes de algo novo surgir. . . . A pele esticada e aquecida do meu coração sabe disso e eu, quando escuto os tambores, também.

3 comentários:

Inês disse...

Olha aqui está uma forma diferente de analisar a espiral. Eu não vejo a espiral com curvas descendentes, vejo a espiral sempre a subir. O que acontece é que existem dois factores a influênciar esta espirial, uma é a nossa evolução como pessoas que é directamente proporcional à maturidade e ao conhecimento que vamos adquirindo ao longo dos anos e a outra são os nossos ciclos de felicidade e tristeza. Assim estamos sempre a subir mesmo quando estamos tristes, apesar de associarmos a algo errado e as pessoas à nossa volta também. A algo como não estando certo mas é a nossa actitude perante a tristeza que faz com que estejamos um ponto mais a cima. E a mesma coisa em relação à felicidade estamos sempre um pouco acima na nossa felicidade e naquilo que nos faz feliz. E depois questiono-me se o momento do impulso para subir um pouco mais na espiral se faz nessa passagem da tristeza para a felicidade ou se somente quando estamos felizes. E se calhar como é importante passarmos por estas dualidades tristeza/felicidade. E como estamos também a falar do Amor (universal ou não, não sei)acho que é este mesmo que proporciona esses impulsos. É interessante que começo a constactar que a nossa sensação crescente acontece exactamente nos momentos em que nos apaixonamos e que somos retribuidos nesse amor. O que me faz pensar até que ponto andamos a descartar ou iludir à cerca da importância da atenção que os outros nos dão, ou melhor ainda do amor que é dado aos outros. Perdendo-nos em frases como "é só uma chamada de atenção para o nosso amor" ou "é mesmo falta de auto-estima". Até que ponto quando os nossos filhos ficam doentes não nos estão a pedir uma atenção redobrada (amor) que é necessária para que eles cresçam mais felizes. E quando dizemos filhos podemos dizer familia, amigos e pessoas em geral. Mas não, somos tão egoistas que o nosso primeiro impulso é dar o primeiro remédio para que a doença passe o mais rápido possível e a atenção, bom a atenção essa fica para um escasso de 1 dia. Até somos egoistas connosco próprios não nos permitindo a nos dar a atenção nesses momentos.
E continuando a divagar será que essa atenção não é necessária para nós nos lembrarmos do amor que já existe em nós próprios. Que os outros não estejam cá para isso mesmo relembrar-nos do amor que existe em nós. Será que se fosse a nossa obrigação vivermos sozinhos não teriam as estrelas conjecturado para isso mesmo, a existir um único ser humano.
O que me leva a concluir que a responta à pergunta "O que é o Amor Universal?" não seja mais do que a compaixão e o amor incondicional.

Cris disse...

A progressão funciona em espiral (mais lenta, mais rapida com maior ou menor inclinação)... e toda a gente tem fases em que descende ;) E ainda existem pessoas, algumas almas incarnadas que vêm cumprir ou acabam a desempenhar papéis estranhos e que claramente progridem... mas em espiral descendente.

"Até que ponto quando os nossos filhos ficam doentes não nos estão a pedir uma atenção redobrada (amor) que é necessária para que eles cresçam mais felizes."

Inezinha, que coisa mais acertada! Se é o que acontece conosco - ficamos doentes, regra geral, porque descuramos alguma questão nossa ou porque estamos a não dar atenção a alguma fragilidade ou padrão; porque não há-de acontecer o mesmo com os nossos filhos? Não estou a falar de doenças sérias ou crónicas (essas têm o seu papel na evolução de toda a familia), mas sim daquelas gripes e viroses idiotas que volta não volta teimam em atacar a pequenada...


"O que me leva a concluir que a responta à pergunta "O que é o Amor Universal?" não seja mais do que a compaixão e o amor incondicional."

...Quem é que colocou essa pergunta? :p :D É que não fui eu... e o melhor é nem me alongar muito por aí, porque mais uma vez iamos estar a discutir o sexo dos anjos.

Para mim e só para mim...ou seja o que cada um desses significa:

Compaixão - Amor em acção

Amor incondicional - conceito abstracto que almas mais ou menos conscientes buscam e procuram para as suas vidas.... muitas vezes sem perceberem que é uma impossibilidade para seres incarnados não iluminados e que o amor terreno serve de veiculo para a evolução. Ou seja é um meio e não um fim.

Amor Universal - ...mais um daqueles conceitos absolutamente abstractos. Mais uma impossibilidade para almas incarnadas não iluminadas. E se dizem que o orgasmo é a experiencia mais semelhante à iluminação.... ainda menos tem a ver com qualquer tipo de "amor" que não inclua a desintegração completa do Eu, em que haja uma integração absoluta e mantida com o Universo... ou seja... É o Tudo e é o Nada (olha acabei de me explicar o que o nada!... Afinal o Nada é mesmo Universal LOL)

Moral da estória? Para mim o amor é um meio, um veiculo, não pode ser um objectivo. E a melhor forma de nos "servirmos" dele é através da compaixão connosco mesmos e com os outros. E acho também que, mais uma vez, acabamos a complicar algo que é simples, que deve ser plenamente sentido e o menos descrito possivel....tralala tralala

Falta uma - Amor Relacional - ligação e união (tenha ela sido preparada ou não antes de incarnados)que duas almas incarnadas sentem quando têm a oportunidade de evoluirem espiritualmente. Não significa necessáriamente casal ou homem/mulher (nós temos mesmo a mania de complicar estas coisas) Quanto mais forte, maior a possibilidade de crescimento ;)... mesmo que a relação ou união fisica não se concretize...

E isto dava um post bem longo e idiota, feito de opiniões igualmente idiotas, executado e postado pela idiota de serviço, que andou a comer dicionários ao pequeno almoço ;)


Obrigada pelo telefonema e por estares sempre disponivel quando tenho os sinais vermelhos a piscar e as sirenes a tocar :) Obrigada por termos combinado o que sentimos uma pela outra, para nos ajudarmos mutuamente a crescer enquanto mulheres, pessoas e almas incarnadas.

Com todo o meu amor, todo o meu respeito, todo o meu carinho e reconhecimento pelo que és,

Beijo na testa e no coração

Gosto de Ti

Cris disse...

Errata para o Amor incondicional:

"Amor incondicional - conceito abstracto que almas mais ou menos conscientes buscam e procuram para as suas vidas.... muitas vezes sem perceberem que é uma impossibilidade para seres incarnados não iluminados e que o amor terreno serve de veiculo para a evolução. Ou seja é um meio e não um fim."

E sem se apreceberem que sendo uma impossibilidade qualquer utilização da expressão Amor (com qualquer uma das suas variações) está à partida mais que condicionado pelas nossas proprias limitações e condicionamentos.