terça-feira, 19 de maio de 2009

Vamos dançar?

A ultima vez que fui dançar, houve um momento em que fiquei apenas a ver. Estava lado a lado com o ultimo par de dança e, parados apenas a ver, tivemos a noção da surpresa que devemos provocar a quem não dança. A quem passa por aquela sala no Braço de Prata para ver e é confrontado com sons diferentes do habitual, apesar de familiares. Sons portugueses e do mundo dançados em roda, a pares, em linha. Em coreografias mais ou menos aprendidas.
Alguém pergunta: "É uma valsa de quantos tempos?"
Ele comenta "É estranho... parece desenquadrado..." e sorriu.
"Se os olhos que observam também forem, então é estranho"
Já não me lembro quando foi... mas foi há demasiado tempo. É curioso como se sente a falta do som, do ritmo, do deixar ir o corpo ao som da musica. Não danço a dança. Danço a musica e as pessoas. Danço o ambiente.
E neste ambiente, a musica é trazida de outros tempos para este, as pessoas têm uma saudade de algo que quase já passou. Não se enquadram em discotecas, apesar de citadinas. Quase não se enquadram na cidade. Procuram estes espaços, esta musica, esta disponibilidade, esta leveza e naturalidade.
Rumam aos festivais, ao Carmo, aos concertos medievais e do mundo. Descobrem novas sonoridades, novos espaços.
Procuram a fluidez da dança para a aplicarem na vida... ou aplicam na dança a fluidez da vida. Existe algo de indefinido que une as pessoas ali à volta.
Inicialmente parece dificil lá entrar, naquela bola de sabão. Mas a fronteira é ténue. Precisei de ganhar coragem, respirar fundo e atravessar a distancia de um pequeno salto dentro de mim mesma para pedir que me ensinassem. Este salto não é fácil. A dança, apesar de simples, não é fácil. É preciso soltar as amarras dos pés, soltar o corpo, perceber que quem ri, está a rir connosco.
É realmente estranho... para quem está de fora e não solta essa parte de si.
Amanhã, vamos dançar?

4 comentários:

Inês disse...

Claro que sim, Linda. Esta sexta-feira e fim de semana vai ser dedicado a isso. Dançar :D

Como revejo tudo o que disseste na minha própria experiência. Como o salto é igual para todos sendo a única diferença a altura.

Como sei que tive que obrigar-me a mim própria a convidar os outros em vez de esperar de ser convidada.

Como é bom perguntar aquela pessoa que quer dançar muito mas que está à espera de alguém que a convide.

Como é bom dar a conhecer a dança desta forma a muito mais gente e no fim ouvir "Mas isto é muito giro!"

Assim o meu concelho é sempre o mesmo - Querem dançar então percam o medo convidem alguém que já saiba e digam "Eu não sei dançar isto, mas podias me ensinar?" E tenho a certeza que vão ter um sim declarado pois todos nós passamos por isso. De aprender por outra pessoa.

E assim agradeço a todos com quem dancei, pois com todos eles aprendo um pouco mais. Desde dos que não sabem dançar até aos brilhantes dançarinos.

E a ti também linda por te permitires a eu poder partilhar a dança contigo.

Namaste

Carla Guiomar disse...

Sim, sim, vamos! Onde é a próxima? :)))

Cris disse...

Linda Caracoleta! :D
Que saudades de te ver!

Fui ao braço de Prata hoje e o meu joelho portou-se tão mal, mas tão mal... :( xuiff Acho que vou mesmo ter que continuar a usar a joelheira. Dançar a medo é o mesmo que não dançar...

Na sexta vamos ao Carmo, Inês.... mas pela 1ª vez deves apanhar-me mais a pseudo-socializar que a dar ao pé lol

Cris disse...

Beijos às duas **
Miss you, girls