sexta-feira, 3 de abril de 2009

Num dia chove alegria, no outro brilha a tristeza

Existe a sensação de tristeza pela lembrança de uma União que não é daqui....
Passamos o tempo a tentar regressar lá, a esse ponto, a essa União, quando temos essa memória. Tentamos escapar à materialidade, aos outros, à fealdade, ao estranho, à limitação... e sentimo-nos muitas vezes tristes por isso...
Acontece que estamos por cá... e nesta altura devo ter um sorriso triste.
Nos momentos em que somos lembrados que isso é possivel mas não é cá, aqui, na materialidade, no plano fisico... a saudade surge... as saudades de casa, em que não somos dedos, mas sim a mão uns com os outros, a mão, o corpo, o mar...
E aqui?...
Aqui... um dia de cada vez, equilibramos a saudade com a concretização.
O nascimento com a morte.
Um dia chove alegria, no outro brilha a tristeza.
A maior beleza é que são ambas o mesmo...
A beleza faz equilibrio, qual trapezista sem corda, nesse fio da Vida.
Nem perdida no mundo, nem perdida do mundo...
Estar no fio da navalha é ter consciencia dos dois e não estar nos extremos de nenhum...

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